- O Devocional de Hoje
- Posts
- A vida é curta, mas não precisa ser vazia
A vida é curta, mas não precisa ser vazia
A emocionante história de Keith Green, o cantor missionário
Leia esta edição ouvindo “Oh Lord, You’re Beautifull”, de Keith Green, no Spotify.

A vida é muito curta. Todos concordam que essa é uma verdade incontestável. Mas o que fazer diante da brevidade da vida?
Para os hedonistas (aqueles que vivem apenas de prazeres momentâneos) a única saída é aproveitar em alegrias passageiras, enquanto ainda estão com vida e saúde para isso. “Curta que a vida é curta”, é o lema deles - e que tem ditado a vida moderna.
Sim, é verdade que a vida precisa ser aproveitada. Mas a nossa ideia sobre aproveitar a vida, no entanto, é totalmente oposta. A brevidade da vida não pode ser desculpa para uma vida superficial e vazia.
E a única forma de ter uma vida cheia é cumprindo o propósito para o qual ela existe: glorificar a Deus em tudo.
Portanto, quer comais quer bebais, ou façais, qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus.
Para exemplificar o que é uma vida curta, porém cheia, eu não consigo pensar em um exemplo tão bom quanto o de Keith Green.
Não foi intencional, mas acabei de descobrir que hoje faz 43 anos que ele se foi. Sua vida foi muito breve, mas não foi vazia. Muito pelo contrário. Seu legado e seu exemplo influenciaram toda uma geração, e continuam impactando até hoje.
Quer conhecer um pouco dessa história? Continue lendo.
A vida sem Deus é uma vida vazia
Talvez você não faça ideia de quem ele foi. Mas eu tenho quase certeza de que você conhece a famosa canção “Senhor, formoso és”, uma de suas mais icônicas canções. Keith Green cantava sobre a perfeição de Deus, sobre santidade e arrependimento. É nítida a entrega dele enquanto adorava.
Mas nem sempre foi assim.
Keith Gordon Green nasceu em 1953, no Brooklyn, Nova York. Embora sua família fosse bem estruturada, não era um berço cristão. Sua família era judia e Ele cresceu lendo a Bíblia, mas seu contato com o Evangelho era apenas na teoria.
Ele vivia um grande vazio. Vazio que ele tentava preencher com drogas, experiências religiosas e misticismo. Essa sensação de falta de sentido o levou até a fugir de casa quando adolescente - mesmo sem nunca demonstrar ser um garoto rebelde.
A verdade é que, enquanto Jesus não é o sentido da vida, a vida não tem sentido. E aquele jovem entendeu isso.
Um encontro com Deus muda tudo
Keith Green só foi encontrar a razão da sua vida em 1975, quando ele e sua esposa Melody se converteram ao Senhor. Ele então passa a usar o seu incrível talento musical para a obra do Senhor. Compôs alguns dos hinos mais célebres da música cristã contemporânea e gravou álbuns inesquecíveis.
Mas seu ministério ia muito além da música. Ele era um missionário nato. Sua casa se tornou um ponto de acolhimento a pessoas das mais variadas condições: bêbados, meretrizes, drogados, ex-presidiários. Criou o Last Days Ministries, organização evangelística que existe até hoje
Em Jesus, Green encontrou o que preenchia toda a sua vida e queria levar essa verdade a outras pessoas também. Vejam só o que Deus faz!
Um músico ou um missionário?
Com seu dom extraordinário, Green poderia ganhar muito dinheiro e fama. Na verdade, é o que nós esperamos de alguém que se destaca. Isso, porém não era o seu objetivo. Green amava a Jesus, e queria compartilhar as palavras dEle ao mundo.
Leonard Ravenhill, um grande escritor e pregrador (escreveu um dos meus livros favoritos, Por que tarda o pleno avivamento?), era um de seus amigos e mentores. Certo dia, ele Leonard fez uma pergunta incômoda a Keith:
"Você é um cantor ou um ministro do Evangelho?
Era como um soco no estômago… Como alguém poderia viver da música, se não cobrasse nada?
E não satisfeita, Ravenhill libera mais uma pancada:
“Pois se você é um cantor tudo bem você cobrar, mas se é um ministro então é um absurdo que as pessoas tenham que pagar para ouvir o Evangelho.”
Uma vida de total dependência
É algo quase impensado, não é mesmo? Abrir mão de uma boa e justa fonte de renda por amor a Jesus. Porém, o chamado foi mais forte: Green cancelou o contrato com a gravadora e começou a cantar de graça.
Mas como gravar um disco, sem recursos da gravadora? Green e Melody hipotecaram a própria casa para financiar o disco. E venderiam o disco, certo? Errado. Os Green distribuíram mais de 200 mil discos de graça, deixando na caixa de correio das pessoas. Quem recebesse o disco, poderia doar em valor, quando, quanto e se quisesse.
Parece um modelo de negócios fadado ao fracasso. Mas quem pensou que eles faliram, se enganou. Deus sustentou a família Green, e milhares de pessoas ofertaram ao ministério. Viver na total dependência de Deus é um desafio, mas Ele sempre supre as nossas necessidades.
Glorificando a Deus até o fim
Infelizmente, Keith Green faleceu em 28/07/1982, em um trágico acidente de avião, enquanto se dirigia à inauguração de um congregação. Ele, seus dois filhos mais velhos e todos os ocupantes do avião partiram para a eternidade.
Green deixou sua esposa ainda grávida e um filho mais novo. Mesmo com uma perda tão terrível, Melody encontrou forças em Deus para continuar.
O fim de uma vida para a glória de Deus é encontrar o Senhor na glória. Green viveu para isso. E mesmo com uma vida tão curta, viveu para a glória de Deus. E essa é a grandeza de uma vida.
Seu legado é imenso e continua nos inpirado até hoje. Sua célebre frase não sai da minha mente:
Se alguém escreve um grande poema, ninguém dá louvor ao lápis que foi usado na composição, mas sim ao criador do poema. Bom, eu sou apenas um lápis nas mãos do Senhor. Não louvem a mim, louvem a Ele.”
Que Deus nos ajude a viver uma vida para o Seu louvor.
A única maneira de aproveitar a vida
O grande legado de Keith vai além da sua música, do seu talento e da sua incrível presença de palco. Ele era um missionário, adorador, e viveu a sua vida - breve vida - para a glória de Deus.
Vivia literalmente na dependência de Deus, da provisão que Ele tinha para a sua vida. E Deus nunca decepciona aqueles que vivem na dependência dEle. Quem espera no Senhor não se cansa, nem se frustra.
Que o Senhor nos ajude a viver para Ele e glorificá-Lo em tudo o que fizermos. Esse é o sentido, o propósito, o que deve preencher todo o nosso ser. Assim, sua vida nunca será vazia - mesmo sendo tão passageira.
Um abraço e até a próxima edição.